domingo, 26 de setembro de 2010

in dreams

Meus sonhos (ou no caso de hoje, pesadelos) às vezes vêm bem explicadinhos, com moral da história no fim e tudo mais. Dessa vez, tudo indica que o inconsciente está me mandando a clara mensagem de que, embora eu me engane e pense que venho fazendo tudo direito - e que para cada abstenção há uma justificativa - no fim das contas eu sei que estou mesmo é me autosabotando, e que o passado paira como um fantasma para lembrar o que me espera caso eu não me vire nos trinta.

Evidentemente, se eu contasse isso a um psicanalista ele diria que não tem nada a ver, é outra coisa.

domingo, 19 de setembro de 2010

cá entre nós

Depois do twitter e do mural do facebook, tenho a sensação de que, quando escrevo no blog, garanto um mínimo de reserva. Claro que a exposição existe de qualquer jeito, mas hoje parece um exagero que os blogs tenham sido tão criticados pela exibição desmedida e narcisista que causariam. É possível, então, que essa mudança de perspectiva seja a forma mais prática de lembrar que a privacidade, afinal, assim como quase tudo, é uma noção historicamente variável. Não demora muito, inventam outra coisa e aí a gente vai olhar para o twitter como um meio detentor de salvaguardas suficientes para conceder-nos a sensação de que a nossa intimidade está segura. Enfim, não penso como Saramago, que afirmou que estaríamos caminhando para a era do grunhido como forma de comunicação; a distância entre pensar, elaborar o pensamento, comunicá-lo e ser “ouvido” é que está diminuindo muito rápido.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

legado

De vez em quando eu me lembro das palavras ditas pelo pai de Zelig em seu leito de morte: "life is a meaningless nightmare of suffering". E um dos motivos pelos quais eu adoro Woody Allen é que grande parte de sua obra consiste em estabelecer as condições para que isso possa ser dito como piada.

É por isso que pra mim ele jamais deixou de ser in.