domingo, 19 de setembro de 2010

cá entre nós

Depois do twitter e do mural do facebook, tenho a sensação de que, quando escrevo no blog, garanto um mínimo de reserva. Claro que a exposição existe de qualquer jeito, mas hoje parece um exagero que os blogs tenham sido tão criticados pela exibição desmedida e narcisista que causariam. É possível, então, que essa mudança de perspectiva seja a forma mais prática de lembrar que a privacidade, afinal, assim como quase tudo, é uma noção historicamente variável. Não demora muito, inventam outra coisa e aí a gente vai olhar para o twitter como um meio detentor de salvaguardas suficientes para conceder-nos a sensação de que a nossa intimidade está segura. Enfim, não penso como Saramago, que afirmou que estaríamos caminhando para a era do grunhido como forma de comunicação; a distância entre pensar, elaborar o pensamento, comunicá-lo e ser “ouvido” é que está diminuindo muito rápido.

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